“Não devia ter dado ouvidos aos serviços de emergência”: testemunha a mãe de Esteban, um jovem que morreu apesar de várias chamadas aos serviços de emergência

"Acho que sempre haverá culpa." Mais de seis meses após a morte de seu filho de 24 anos, após várias ligações malsucedidas para os serviços de emergência , Dorothée explicou na segunda-feira, 25 de agosto, à BFMTV que queria "ir até o fim" para obter respostas.
Esteban Vermeersch, de 24 anos, morreu em 30 de janeiro, 48 horas após fazer sua primeira ligação para os serviços de emergência no centro de emergência 15 em Le Mans, Sarthe. Ele estava sufocando e relatou que só conseguia respirar pela metade e que sofria de dores no peito.
O serviço de emergência concluiu que se tratava de um problema muscular, então não foi enviado socorro. O mesmo aconteceu no dia seguinte, após uma noite muito difícil, e um segundo telefonema de sua mãe, que "nunca o tinha visto daquele jeito".
A mãe de Esteban explicou hoje à BFMTV a "culpa" que a consome e às suas duas filhas de 20 anos desde então. "Nos culpamos por não termos agido antes", explica.
"A razão pela qual os serviços de emergência não vieram foi porque eu não disse o suficiente, porque eu não fui clara o suficiente", disse ela à BFMTV, ao lado da irmã de Esteban, que também estava presente no dia da tragédia.
Logo após o segundo chamado de emergência, sua mãe tentou levá-lo ao pronto-socorro, mas não conseguiu. "Ao sair de casa, ele desmaiou e teve uma parada cardíaca", conta ela. Esteban parou de respirar. Sua mãe então iniciou a RCP antes de ser finalmente socorrida pelos bombeiros. Após 50 minutos, o jovem foi transferido para o hospital de Le Mans. Ele foi submetido a uma cirurgia, mas sem sucesso. Faleceu no dia seguinte.
"Pedi o laudo médico. Achei que não tinha feito a RCP corretamente", questiona Dorothée. "Desde o primeiro chamado, eu não deveria ter dado ouvidos aos serviços de emergência, deveria ter me dado ouvidos e conseguido levá-lo ao pronto-socorro", lamenta.
Agora, ela quer "dar o alarme" porque "esse tipo de coisa não deveria estar acontecendo". "Sei que eles têm poucos funcionários, que os orçamentos não são os mesmos, mas ainda estamos falando da vida", enfatiza a mãe de Esteban.
A família quer apresentar uma queixa por homicídio culposo contra o Centro Hospitalar de Le Mans, que não respondeu a várias tentativas de mediação judicial. "Vamos nos esforçar ao máximo para que eles reconheçam seus erros. O hospital nunca disse: 'Sim, cometemos erros', e isso dói", garante Dorothée. "Não acho que possamos avançar até que isso seja reconhecido."
BFM TV